miopia alta

Miopia Alta: critérios, limites, técnicas e alternativas da cirurgia refrativa

A miopia alta é diagnosticada quando o grau ultrapassa seis dioptrias (-6). Mais do que um número elevado nos óculos, ela representa uma condição que pode afetar significativamente a autonomia e o bem-estar de quem convive com ela: enxergar sempre embaçado à distância, depender de lentes grossas e pesadas e sentir receio de ficar sem os óculos em situações simples do dia a dia — essa é a realidade de muitos pacientes com miopia elevada.

Resumidamente, a miopia alta acontece porque o globo ocular é mais alongado do que o habitual, o que impede que a luz seja focalizada corretamente na retina. Mas os desafios não se limitam a isso: essa condição também eleva o risco de complicações mais sérias, como descolamento de retina, degenerações periféricas, glaucoma e catarata precoce.

Por isso, quem tem miopia alta precisa de mais do que apenas uma boa correção visual: a condição requer acompanhamento oftalmológico regular, cuidado constante com a saúde dos olhos e, em muitos casos, a avaliação de soluções definitivas — como a cirurgia refrativa — que podem oferecer maior liberdade, segurança e qualidade de vida.

Por que a miopia alta exige cuidados especiais?

Nos casos de miopia leve ou moderada, a cirurgia refrativa costuma ser segura e eficaz. Mas, em pacientes com miopia alta, há mais variáveis envolvidas:

  • A córnea pode ser mais fina, o que limita a aplicação do laser;
  • A estrutura ocular pode apresentar alterações anatômicas mais suscetíveis a riscos pós-operatórios;
  • Existe maior probabilidade de erros refrativos residuais, especialmente se o grau for muito elevado.

Cirurgia refrativa: é possível corrigir graus elevados?

Sim, é possível, mas o grau de correção depende de múltiplos fatores. De forma geral:

  • Nos casos de miopia leve ou moderada, a cirurgia refrativa tende a ser uma alternativa segura e amplamente utilizada.  A cirurgia a laser (PRK, LASIK, SMILE) corrige até cerca de -8 graus de miopia, dependendo da espessura corneana e do perfil topográfico.
  • No entanto, em pacientes com miopia acima de -8 graus, o cenário muda: a córnea frequentemente é mais fina — o que reduz a margem de segurança para aplicação do laser. O laser pode não ser viável — o que leva à indicação de lentes intraoculares fácicas.

Técnicas cirúrgicas disponíveis para miopia alta e suas indicações

PRK (ceratectomia fotorrefrativa):

  • Primeira técnica a laser desenvolvida;
  • Ideal para córneas mais finas;
  • Tempo de recuperação mais lento;
  • Excelente estabilidade a longo prazo.

FemtoLASIK:

  • Técnica mais utilizada atualmente;
  • Utiliza dois lasers (um para criar o flap e outro para remodelar a córnea);
  • Recuperação visual rápida;
  • Exige espessura corneana adequada.

SMILE:

  • Técnica minimamente invasiva;
  • Indicação mais frequente em miopias de -3 até -8 graus;
  • Menor chance de olho seco pós-operatório.

Lente fácica como alternativa segura ao laser

Para pacientes com miopia alta e contraindicação ao laser, as lentes fácicas — como a ICL (Implantable Collamer Lens) — representam uma alternativa viável. Elas são implantadas dentro do olho, entre a íris e o cristalino, sem remover nenhuma estrutura ocular.

Vantagens:

  • Corrige graus muito altos (-6 a -20);
  • Preserva a córnea;
  • Reversível: a lente pode ser removida em caso de necessidade;
  • Visão de alta qualidade e rápida recuperação.

Desvantagens:

  • Procedimento intraocular (mais invasivo);
  • Riscos como catarata precoce ou aumento da pressão ocular (raros, mas possíveis);
  • Custo mais elevado.

Comparativo: cirurgia a laser x lente fácica

Critério Cirurgia a laser Lente fácica (ICL)
Grau corrigível Até -8 Acima -6.0 (podendo corrigir graus mais baixos também)
Tipo de procedimento Remodela a córnea Implante intraocular
Reversibilidade Não Sim
Recuperação visual Rápida (LASIK) ou moderada (PRK) Muito rápida
Riscos Ectasia corneana, olho seco Catarata precoce, pressão intraocular  elevada

Efeitos colaterais e limitações pós-cirurgia

Mesmo quando bem indicada, a cirurgia refrativa pode ter efeitos colaterais:

  • Glare (reflexos luminosos)
  • Halos em torno de luzes à noite
  • Sensação de olho seco
  • Necessidade de óculos para leitura com o passar dos anos (presbiopia)

Por isso, é fundamental alinhar expectativas com o médico e entender que o objetivo da cirurgia não é “enxergar perfeitamente para sempre”, mas sim proporcionar mais liberdade no dia a dia, com menor dependência dos óculos. Para muitos pacientes, essa mudança já representa um ganho significativo na qualidade de vida.

A avaliação individual da miopia alta é indispensável

A cirurgia refrativa em pacientes com miopia alta é viável, mas exige avaliação técnica detalhada e responsabilidade. Cada caso precisa ser analisado cuidadosamente por meio de exames específicos, para determinar a abordagem mais adequada — seja cirurgia a laser, implante de lente intraocular ou, em alguns casos, a manutenção com correção óptica.

Mais do que a técnica escolhida, o sucesso depende da precisão do diagnóstico e da experiência da equipe médica. Em muitos casos, especialmente nos graus mais elevados, as lentes intraoculares fácicas podem ser uma alternativa eficaz e estável, com potencial de proporcionar boa qualidade visual.

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