O glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no Brasil, afetando cerca de dois milhões de brasileiros acima dos 40 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira do Glaucoma.
E mais: cerca de 70% das pessoas que têm glaucoma, não sabem que estão convivendo com esta doença.
Por isso é importante entender o que como funciona esta patologia, como realizar diagnóstico e qual o tratamento mais adequado para preservar sua visão.
O que é o glaucoma?
O glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular, que danifica as fibras do nervo óptico, o responsável por transmitir as imagens captadas pela retina até o cérebro, onde são processadas.
Quando há alguma lesão neste nervo, a visão fica comprometida, podendo ocorrer escotomas (manchas escuras no campo visual), redução da visão periférica e, em casos avançados, cegueira total.
Diagnóstico
O diagnóstico do glaucoma é feito por meio de um exame oftalmológico completo, que inclui:
- Medição da pressão intraocular: este é um dos principais exames para diagnosticar o glaucoma. Ele é feito com um aparelho chamado tonômetro, que aplica uma leve pressão sobre a córnea e mede a resistência do olho. A pressão intraocular normal varia entre 10 e 21 mmHg (milímetros de mercúrio). Valores acima de 21 mmHg podem indicar glaucoma, mas não são suficientes para confirmar o diagnóstico, pois há casos de glaucoma com pressão normal e casos de pressão alta sem glaucoma.
- Avaliação do fundo de olho: é feita com um aparelho chamado oftalmoscópio, que permite visualizar o nervo óptico e a retina. O médico oftalmologista pode observar se há sinais de lesão no nervo óptico, como escavação, palidez ou hemorragias.
- Avaliação do campo visual: é feita com um aparelho chamado campímetro, que mede a capacidade de perceber estímulos luminosos em diferentes pontos do campo visual. O exame pode detectar se há perda de visão periférica ou central, que são características do glaucoma.
- Avaliação do ângulo da câmara anterior: é feita com um aparelho chamado gonioscópio, que permite visualizar o ângulo entre a córnea e a íris, por onde o humor aquoso é drenado. O exame pode diferenciar os tipos de glaucoma de ângulo aberto ou fechado.
- Outros exames: podem ser solicitados de acordo com a necessidade de cada caso, como paquimetria (mede a espessura da córnea), tomografia de coerência óptica (mede a espessura das fibras do nervo óptico), biometria (mede o comprimento do olho), entre outros.
Tratamento
O tratamento do glaucoma visa reduzir a pressão intraocular, podendo ser clínico, cirúrgico ou a combinação de ambos, dependendo do tipo, da gravidade e da evolução da doença. O tratamento é contínuo e requer acompanhamento oftalmológico regular.
O tratamento clínico envolve o uso de colírios que diminuem a produção ou aumentam a drenagem do humor aquoso, reduzindo a pressão intraocular. Os colírios devem ser usados conforme a prescrição médica, respeitando os horários, as doses e a forma de aplicação.
Eles também podem ter efeitos colaterais, como ardência, vermelhidão, coceira, alteração da coloração dos olhos ou dos cílios, alteração da frequência cardíaca ou da pressão arterial, entre outros. Por isso, é importante informar ao oftalmologista sobre qualquer reação adversa ou uso de outros medicamentos.
Já o tratamento cirúrgico consiste em procedimentos que visam criar uma via alternativa para a saída do humor aquoso, diminuindo a pressão intraocular. Os procedimentos podem ser invasivos ou minimamente invasivos, dependendo do tipo de glaucoma e da resposta ao tratamento clínico.
Os procedimentos cirúrgicos podem ter complicações, como infecção, sangramento, inflamação, catarata, descolamento de retina, hipotonia (pressão intraocular muito baixa), entre outras. Por isso, é importante seguir as orientações médicas e fazer o acompanhamento desde o momento da cirurgia até o pós-operatório em um instituto de oftalmologia especializado como o Marques Eye.
Como preservar sua visão?
O glaucoma é uma doença que não tem cura, mas pode ser controlado se for diagnosticado e tratado precocemente. Por isso, é fundamental fazer exames oftalmológicos periódicos, especialmente se você tem algum fator de risco ou sintoma de glaucoma.
Além disso, é importante adotar alguns cuidados para preservar sua visão, como:
- Evitar o uso de medicamentos que possam aumentar a pressão intraocular, como corticoides, antialérgicos, antidepressivos, entre outros, sem orientação médica.
- Controlar as doenças sistêmicas que possam afetar o olho, como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, entre outras.
- Evitar fumar, beber álcool em excesso ou usar drogas ilícitas, pois podem prejudicar a circulação sanguínea do olho e agravar o glaucoma.
- É importante praticar atividades físicas moderadas, com orientação médica, pois podem melhorar a saúde geral e a oxigenação do olho.
- Proteja os olhos da exposição excessiva ao sol, ao vento, à poeira, à poluição, ao cloro, entre outros agentes irritantes, usando óculos de grau ou escuro, conforme a necessidade.
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, peixes, oleaginosas, entre outros alimentos que contêm antioxidantes, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais, que podem beneficiar a saúde ocular.
- Evite o estresse e a ansiedade, pois podem elevar a pressão intraocular e piorar o glaucoma.
Lembre-se que o glaucoma é uma doença silenciosa, mas que pode ser prevenida e tratada.
Por isso, agende sua consulta conosco e vamos juntos cuidar bem dos seus olhos e da sua saúde.